Lembro me muito bem, era dia de sol e
eu morava no 16º andar de um prédio chamado Ipanema. Precisamente em isso
aconteceu em 1995. E os anos 90 era feita de vida boa, boa demais para lembrar.
Antes de começar a aventura corri até
a cozinha que era bem espaçosa por sinal e gostava de chutar a bola nos
eletrodomésticos, por fins peguei alguns biscoitos escondido da minha mãe, já
que eu tinha acabado de tomar aquele leite quente, uma delícia para minha
pequena saciastes.
Voltei da cozinha e comecei a iniciar
meus planos, eu só precisava observar meus pais e irmãos que minha missão já caminhava
para o sucesso.
Eu iria ver o céu do topo do meu
prédio e estava apinhado de uma confiança, que eu nem compreendia, muito menos os
perigos da vida, mas estava confiante mesmo sendo uma criança de 4 aninhos.
Então vamos lá meu pai caminhava em
direção a porta então eu sabia que ele iria descer até o hall do prédio, minha
mãe caminhou até o banheiro. Meus irmãos estão totalmente vibrados na frente da
TV, resumindo toda a infância na TV MANCHETE. Bom Canal por sinal!
Já falei que nessa época a vida era boa?
Pois é, vamos manter o foco e
concluir a ideia.
Fui andando nas pontas dos pés, abri
a porta olhei para um lado, olhei para o outro e lá na sala estava meu irmão e
minha irmã. Era incrível eles nem piscavam. Bom acho que é a hora.
PRONTO!
Sai e eles nem perceberam a minha
pequena presença. Agora vamos subir os degraus, eram apenas 20 mais parecia uma
eternidade. Até agora eu consegui e a parte mais fácil e não planejada chegou...
Olhei para a porta e ela estava aberta,
sendo assim o que separava o meu pequeno ser do céu era apenas uma escada de
ferro toda enferrujada. Subi cuidadosamente para não cair e acabar a missão por
ali mesmo estirado no chão.
Nossa não sabia que o vento era tão
forte daqui de cima. Fiquei com medo, fiquei com muito medo mas fiquei curioso
de saber, de sentir a liberdade, de começar a entender o que é a vida e coisas incríveis
de que é o nosso mundo, todo misterioso, todo lado é fantástico e como seria a
vista olhando daqui do alto lá para baixo, como seria o mundo, as pessoas daqui?
Inclinei meu corpo para ver o que tinha lá.
Eram formigas? talvez? Formigas perdidas
algumas vagando outras vivendo a vagância. Quando eu estava me divertindo
escuto um grito muito alto do prédio da frente, era um senhora muito velha que hoje
já deve ter morrido pelo menos umas 3 x de tão velha que ela era.
Maldição eu me espantei com o berro
da anciã
Maldição!
Nesse momento perdi o equilíbrio e
minha visão automaticamente embaçou, foi ai que eu notei eu estava na beirada
do alto de um prédio de 16 andares, era alto demais para eu ficar tranquilo na
queda e agora? eu estou caindo? Será que eu vou sobreviver a esta queda? Eu
tenho tanto para viver...
Eu não sei explicar eu só sei o que
eu senti.
Uma energia muito forte para eu
entender, uma paz tranquila de se evitar.
Mas senti um peso, uma força no peito
como fosse uma mão quente mais suave que segurou todo meu peso com a maior
facilidade do mundo. Com essa força eu voltei para trás e consegui estabelecer
um equilíbrio que já havia perdido, foi como eu parasse no tempo e tido a
oportunidade de ver a grande cagada que eu iria fazer sendo curioso demais.
Logo penso hoje; quanto que eu fui importante para ele, quanto que eu fui amado
de uma forma inexplicável de uma forma celestial que jamais poderei descrever
da mesma forma o que senti, aquela sensação foi única.
Dizem que conforme vai passando o
tempo nós vamos esquecendo do nosso passado que foi aforismo do início de nossas
vidas. Eu sou um poço profundo de lembranças boas e ruins, fase e subfase do
monógrafo superficial. Só entendo até hoje...
Sei que tenho essa energia comigo até
hoje e passei a viver amando tudo e a todos ao meu redor...
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